sexta-feira, 16 de agosto de 2013

RODENBACH GRAND CRU



Rodenbach é um nome que não tem necessidade de presentações para todos os apaixonados por cerveja; ao invés, para aquelas pessoas que faz pouco tempo que estão se aproximando ao mundo da cerveja, vou fazer uma breve descrição histórica retirada das páginas da bíblia cervejeira "Great beers of Belgium" de Michael Jackson.

Em 1820 quando Alexander Rodenbach (a família é originária de Koblenz na Alemanha) comprou juntamente com os irmãos Pedro, Ferdinand e Constantijn a cervejaria St. George di Roeselare, entre eles teve um acordo de gestir a cervejaria juntos por 15 anos. Quando esse acordo acabasse, Pedro e a sua mulher Regina Wauters seriam os únicos proprietários, deixando mais tarde em herança ao filho Edward em 1878. O filho de Edward, Eugene, se forma como mestre-cervejeiro na Inglaterra das Porter. E é exatamente ele que monta a grande cantina, com enormes barris de carvalho, que ainda hoje pode-se visitar na antiga fábrica da Rodenbach que foi declarada "monumento arqueológico industrial da comunidade Flaminga di Roeselare". Eugene não teve filhos homens, e a família decidiu de formar uma sociedade para deixar o controle da cervejaria. No curso dos anos as quotas dos descendentes da família Rodenbach foram cada vez diminuindo mais, até chegar a venda completa em 1998 para a Palm Brewery. Como infelizmente a história nos conta, a passagem de propriedade muitas vezes  é sinonimo de uma mudança dos produtos, para a necessidade d reduzir gastos de produção. E nem mesmo com as cervejas da Rodenbach foi diferente, como comentado por vários exponentes degustadores. Resta mesmo assim, uma ótima experiência degustativa, como demonstra a Grand Cru (brassada pela primeira vez no final do século 1800), exemplo peculiar de uma Flanders Red Ale (categoria estilística que a Beer Advocate mantém, enquanto o Ratebeer optou por Sour red/Brown Ale). Cerveja que é feita misturando 1\3 de cerveja jovem com 2\3 de cerveja envelhecida por dois anos em enormes barris de carvalho. Agora, passamos a degustação.

De um aspecto vermelho intenso e escuro, um esplêndido reflexo rubi, forma uma espuma beige clara quase branca, fina e cremosa de pouca persistência (normal para o estilo).

Um olfato muito complexo, lático e acético convivem em perfeita harmônia com os nuances de terra úmida, madeira, frutas vermelhas (groselha e cereja preta). Quando ela esquenta surgem também notas de ameixa seca e cerejas maduras).

No paladar, ótima correspondencia com o olfato, frutas vermelhas, cereja madura, madeira e acético. As características vinosas, parecendo um vinho envelhecido, são muito evidentes enquanto a cerveja vai chegando na temperatura ambiente. Termina com fantástico final seco e tanino, com uma ponta de noz de pesca e madeira.

Cerveja muito complexa fácil de beber, versátil como um aperitivo, que graças a sua marcada acidez, ajuda em grandes harmonizações. Não foi por a caso que Michael Jackson definia a Grand Cru como "the most refershing beer in the world" e "the most food-friendly beer in the world" sem esquecer, claramente, a primeira definição que ele deu para a Gradn Cru; "A Bogogna da bélgica"

País: Bélgica
Estilo: Flanders Red Ale
Temperatura: 8-12°C
Harmonização: carnes gordurosas ou queijos duros envelhecidos (parmigiano 36 meses)


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